Via American Thinker
(divulgado por Allan dos Santos).
Artigo original disponível em
https://www.americanthinker.com/articles/2022/01/the_most_impressive_communistcrusher_youve_never_heard_of.html.
Vi Olavo de Carvalho pela primeira vez anos atrás, em um programa chamado Update Brazil, que cobria a luta global contra o comunismo.
O vídeo já não existe e o canal foi banido do Youtube. O apresentador era Allan dos Santos, excelente jornalista anticomunista que está agora sendo perseguido pela Suprema Corte de extrema esquerda brasileira. Estavam também no programa os brilhantes analistas americanos Jeff Nyquist e Diana West.
A quarta pessoa presente foi a única que não pude reconhecer. Era um velho e brincalhão homem brasileiro. Parecia muito peculiar. Talvez fosse algum blogueiro, amigo do Allan.
Tratava-se, na verdade, de Olavo de Carvalho, que era como que um herói nacional e incrivelmente talentoso. Eu apenas não havia conseguido percebê-lo por seus modos educados e humildes. Se bem me lembro, dedicava-se ele a promover os livros de West e Nyquist, dizendo o quão excelentes eram e declarando-se um grande fã de ambos.
Desde então, tenho estudado a obra de Olavo, traduzindo-a para o inglês, e aprendido sobre sua carreira. Na minha opinião, ele foi talvez o mais brilhante e interessante pensador que tivemos no mundo.
Olavo realizou algo incrivelmente difícil, beirando mesmo o impossível. Ele liderou o movimento ideológico que retirou os comunistas do poder no Brasil, recuperando a presidência.
Ao longo das últimas duas décadas, o Brasil esteve sob o governo dos presidentes Lula e Dilma Rousseff, os quais, a depender do ponto de vista, eram ou de extrema esquerda ou comunistas pura e simplesmente. A mídia brasileira é tão acentuadamente esquerdista que faz a americana parecer moderada.
Durante aquele tempo, Olavo estava dando o aviso pela TV e por meio de seus escritos. Ele explicava o quão perigoso era o movimento esquerdista e alertava sobre um obscuro movimento comunista internacional.
Há claros paralelos de tudo isso na América, mas, no Brasil, suas investigações e alertas voltavam-se mais especificamente para o Foro de São Paulo, algo como um ponto de encontro e planejamento para comunistas como Castro, Maduro, Chávez e Lula, entre outros.
Enquanto investigava e denunciava as ameaças do comunismo, Olavo foi alvo de ameaças de morte e rumou para os Estados Unidos, onde passou a residir na Virgínia. Ele estava feliz por fazer parte da comunidade conservadora e cristã da Virgínia.
Hoje em dia, na sequência da subversiva guerra contra Trump, é um tanto corrente, para os americanos, falar sobre o avanço do comunismo. Há duas décadas, porém, as coisas não eram assim. Os brasileiros tornaram este assunto mainstream antes dos americanos. Com o passar dos anos, as pessoas foram percebendo que Olavo estava certo. A hashtag #OlavoTemRazão varreu o país.
O “movimento Olavo” levou ao poder Jair Bolsonaro, possivelmente o presidente mais conservador do mundo. Considere alguns exemplos de manchetes sobre ele: “Jair Bolsonaro quer que todo brasileiro tenha uma arma”, “O líder mundial que é muito pior que Trump” e “Bolsonaro, do Brasil, chama governadores de ‘tiranos’ por conta dos lockdowns”.
Perguntei sobre isso a Fernando Candia, um dos muitos alunos do curso de filosofia de Olavo. Disse ele: “Apesar de Bolsonaro ser um homem independente, posso dizer sem erro que, sem Olavo, ele não teria a plataforma necessária para candidatar-se à presidência. Durante os protestos contra o governo de esquerda em 2013, as pessoas começaram a compartilhar a obra de Olavo, que ganhou destaque por apresentar a devida crítica aos esquerdistas e comunistas em geral”.
O que Olavo e Bolsonaro fizeram no Brasil é incrível, inspirador e digno de estudo.
O que torna Olavo tão didático não é apenas o que ele diz. Temos muitos especialistas de alto QI que podem, de modo lógico e pedante, explicar uma posição. Se quisesse, Olavo poderia tê-lo feito melhor do que qualquer um. Ele leu os clássicos, estudou latim, podia discursar sobre os meandros em Aristóteles e conduzir pessoas por passagens específicas de Marx, explicando o quanto eram falhas. Mas o estilo de Olavo era completamente diferente. Ele combinava um conhecimento extremamente profundo com uma atitude pessoal de pés no chão, para mostrar como se alcança – e fazê-lo de fato – uma vitória contra a esquerda.
Assista a este vídeo. Sua análise é extremamente precisa, e todo republicano da América deveria ser forçado a memorizá-la. Isso nos adiantaria metade do caminho em direção à solução dos nossos problemas: “Política se trata de pessoas e meios, nunca de valores e ideias. Nunca. O que lida com valores e ideias? Religião, filosofia…1 somos nós, os intelectuais, os idiotas que seguimos discutindo essas coisas. Enquanto isso, os caras vêm” e… bem, te sodomizam. Você precisará assistir ao vídeo para conferir o colorido fraseado utilizado por ele.
A chave não é o debate intelectual, explicou: “Trata-se de destruir a carreira e o poder dessas pessoas. É muito importante que não se as respeite”.
Em uma exposição, ele delineou as táticas necessárias para vencer a esquerda radical. Trata-se apenas, basicamente, de responsabilizá-los por seu próprio comportamento desviante: “Tive uma vez um debate com dois senadores do Partido dos Trabalhadores. (…) E eles me disseram: ‘Agora você está desrespeitando nosso governador’. Respondi: ‘Não é que eu o esteja desrespeitando agora, mas nunca o respeitei, porque ele disse em uma entrevista que, aos 20 anos de idade, era um campeão de masturbação, que fazia campeonatos de masturbação. Ele não estava fazendo isso aos 12 anos, mas aos 20, já um homem. Como se pode respeitar uma porcaria dessa?’. Isso acabou com a carreira dele. Depois disso, todos ficavam com medo de estar com ele”.
Incrivelmente bem sucedido como era, meu palpite é que Olavo foi apenas forçado à política, e que seus reais interesses eram a filosofia e a cultura. Ele simplesmente não teve opção, porque os comunistas estavam atacando tudo ao seu redor, inclusive a cultura mais significativa.
Há cerca de dois anos, comecei a inundá-lo de e-mails solicitando sua permissão para que eu traduzisse seus trabalhos para o inglês e os publicasse. Olavo permitiu.
Minha proposta era traduzir seus escritos políticos. Eram best-sellers e lidavam com problemas atuais. Mas, sugeriu ele de volta, que tal seu livro de filosofia Maquiavel ou a confusão demoníaca, no qual apresentava a tese de que Maquiavel havia travado guerra contra a moralidade e contra Deus?
Isso diz muito. Sua mente não acorreu à promoção de seu best-seller político. Aquilo era apenas um meio pelo qual ele podia defender o que lhe era mais caro. Seu coração estava em sua obra filosófica.
Nyquist leu o livro de Olavo sobre Maquiavel e escreveu: “O mundo anglófono ainda precisa descobrir Olavo de Carvalho. No Brasil, ele é um ‘evento’, e sua influência será inevitavelmente percebida para além do Brasil”. Eu concordo.
Olavo faleceu na segunda-feira. A grande mídia está soltando obituários repulsivos, difamando-o. Não suportam o fato de que o homem era mais inteligente do que eles e não engolia suas mentiras.
Olavo costumava demolir os jornalistas que mentissem sobre ele. Há poucos anos, encerrou uma incrível entrevista para o The Atlantic ordenando à jornalista que se retirasse, dizendo: “Quero que saiba que você enojou a toda a minha família”.
Ele contou à jornalista sobre a escola online de filosofia que fundou e dirigiu, através da qual ensinou a milhares de devotados alunos. Explicou: “Minha influência na cultura brasileira é infinitamente maior do que qualquer coisa que o governo esteja fazendo. Estou transformando a história cultural do Brasil. Governos passam; a cultura permanece”.
Por Daniel Ashman.
Traduzido por Daniel Marcondes.
Nota:
- O termo utilizado pelo professor no vídeo em questão é “fins” em lugar de “ideias”: “Política trata de pessoas e meios, nunca de valores e fins – nunca! O que trata de valores e fins é a religião, a filosofia (…)”. – NT
Em complemento, assista ao vídeo sugerido pelo autor do artigo: