A arrogância dos manipulados

Bonecos de pessoas pendurados em uma espécie de Varal.

A massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa.”,
George Orwell (1903 – 1950).



Se o pensamento moderno privilegia o subjetivo, então seria normal que cada pessoa pensasse de um jeito muito peculiar. Se não é a realidade externa a autoridade, mas os conteúdos do pensamento individual, deveríamos testemunhar uma infinidade de manifestações absolutamente originais. O que vemos, no entanto, é apenas a repetição dos mesmos chavões e das mesmas fórmulas. O que acontece, então?

Capa da obra “Maquiavel Pedagogo”. Publicado pela editora Ecclesiae, sob ISBN 978-8563160270.Obviamente, algo está sendo inoculado, desde fora, na mente de todas essas pessoas, fazendo com que elas raciocinem de maneira uniforme, tornando suas manifestações apenas um mais do mesmo infinito, sem nada que possa identificar qualquer criatividade, originalidade e mesmo identidade em alguma delas.

Isso só é possível, exatamente, porque elas acreditam que a realidade que importa é aquela que está contida dentro de suas cacholas. Como a realidade da experiência lhes é desprezível, elas não têm onde encontrar a explicação das coisas senão em si mesmas. Assim, aqueles que pretendem manipulá-las, sabem que não precisam fazer o esforço da alterar nada da realidade, que é resistente a qualquer mudança. Basta-lhes inculcar o que eles querem na cabeça dessa gente que, logo, elas começam a acreditar que tudo aquilo que foi colocado em suas cabecinhas nasceu de dentro delas, e não tardam a propagandear isso aos quatro cantos.

Como são arrogantes, acreditando que o que acham que sabem é a mais pura expressão da verdade, vão repetir o que lhes foi enxertado com ares de autoridade, com jeito de originalidade, com aspecto de certeza. Mal sabem elas que são apenas ratinhos de laboratório, programados para replicar tudo aquilo que seus engenheiros manipuladores determinarem.

E vão fazer isso alegremente, crendo serem a vanguarda da intelectualidade, o supra-sumo do pensamento, os representantes da mentalidade independente. Coitados! São apenas uns macaquinhos.


Escrito por Fábio Blanco.
Publicado originalmente no website do autor (fabioblanco.com.br), em 3 de dezembro de 2015.


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