“Estes são os meus princípios. Se você não gosta deles, eu tenho outros.”,
Groucho Marx (1890 – 1977): comediante norte-americano.
Os dois objetivos primários de qualquer vacina são evitar que as pessoas fiquem muito doentes (e terminem sendo hospitalizadas e morrendo de uma determinada moléstia) e interromper a transmissão do agente causador daquela enfermidade. Contudo, os testes clínicos de fase III em andamento não foram planejados para medir a redução de hospitalização, a necessidade de UTI ou o número de mortes. Tampouco avaliaram a eficácia em interromper a transmissão do vírus.
Isto foi bem explicado em um artigo publicado em 21 de outubro de 2020 por Peter Doshi, editor associado do British Medical Journal: para Doshi, parte do problema para examinar os dois Objetivos Primários está nos números. Quadros graves de COVID-19 que necessitam hospitalização representam uma fração muito pequena dos casos sintomáticos.
De acordo com dados publicados pelo CDC no final de abril de 2020, apenas 3,4% das pessoas sintomáticas chegam a necessitar internação para tratamento (sendo 1,7% entre 0-49 anos de idade, 4,5% entre 50-64 anos, e 7,4% nas pessoas com mais de 65 anos).
Uma vez que a maioria das pessoas com COVID-19 apresenta sintomas leves, até mesmo testes clínicos envolvendo 30 mil ou mais pacientes teriam relativamente poucos casos graves – e, por conseguinte, não apresentariam significância para avaliar a taxa de hospitalização.
Quanto à diminuição da transmissibilidade e da mortalidade, isto também não consta entre os Objetivos Primários dos testes clínicos das vacinas contra o COVID-19, por um motivo muito simples: Tempo.
Os responsáveis pelo desenvolvimento das vacinas consideram que, para aferir estas duas variáveis, seria necessário um intervalo de tempo bem maior – o que poderia “resultar na morte de muitas pessoas antes que obtivéssemos essas informações”.
Tal Zaks, Diretor Médico da Moderna, reconheceu isto, afirmando que “para medirmos esse tipo de desfecho, teríamos que realizar testes envolvendo 5 a 10 vezes mais pessoas, com uma duração 5 a 10 vezes maior, o que seria inaceitável no atual contexto”.
A indústria farmacêutica convenceu governos de várias nações a vacinar dezenas de milhões de pessoas com base em testes clínicos que envolveram (cada um) a análise de no máximo 160 eventos adversos. Todavia, até aqui, ninguém teve a devida preocupação em certificar de que estas vacinas são realmente capazes de salvar a vida de pessoas idosas (responsáveis por mais de 70% das mortes anotadas na conta do COVID-19).
Em resumo: o que estamos testemunhando não são análises de segurança e eficácia, mas um jogo de roleta sendo feito com milhões de almas. Em nome de quê? Burrice, Covardia ou só Dinheiro mesmo?
Escrito por: Dr. Alessandro Loiola, MD, CRMSP 142.346.
O autor é escritor, palestrante, médico e editor de Manhood Brasil.
Publicado originalmente no website Manhood Brasil, em 11 de dezembro de 2020.
Nota do editor:
A imagem associada a esta postagem ilustra recorte da pintura: “Time is money”, criada pelo artista norte-americano Adam Santana.