Excerto do livro: “Contra a Idolatria do Estado. O Papel do Cristão na Política”,
publicado pela Editora Vida Nova, sob ISBN: 978-85-275-0644-1.
É possível asseverar que o totalitarismo é uma versão extremada do autoritarismo. As diferenças entre ambas as posições podem ser estabelecidas pela comparação das características de ditadores totalitários e autoritários1:
Totalitarismo | Autoritarismo | |
Carisma | Elevado | Baixo |
Concepção do cargo | Líder como função | Líder como individuo |
Alvo do Poder | Coletivo | Privado |
Corrupção | Baixo | Elevado |
Ideologia oficial | Sim | Não |
Pluralismo limitado | Não | Sim |
Legitimidade | Sim | Não |
Em linhas gerais, no autoritarismo, que não é guiado por ideais utópicos, há certa distinção entre Estado e sociedade, com tolerância e alguma pluralidade na organização social2; o totalitarismo, por sua vez, invade a vida privada e a asfixia, na tentativa ideologicamente orientada de mudar o mundo e a natureza humana.
Extraído do livro: “Contra a Idolatria do Estado. O Papel do Cristão na Política”,
escrito por Franklin Ferreira. O autor é bacharel em teologia.
Publicado pela Editora Vida Nova, sob ISBN: 978-85-275-0644-1.
Esta obra está disponível no Google Books, para acessá-la clique aqui.
Notas:
- A tabela e as ideias aqui expostas encontram-se em P. C. Sondrol, “Totalitarian and authoritarian dictators: a comparison of Field Castro and Alfredo Stroessner”, Journal of Latin American Studies, vol. 23, n. 3 (October 1991), p. 599. Para o significado de autoritarismo , cg. Mario Stoppino, “Autoritarismo”, in: Norberto Bobbio; Nicola Matteucci; Gianfranco Paquino, Dicionário de Política (Brasília: UnB, 1986), p. 94-104.
- Cf. Richard Pipes, “Homem sem propriedade é como escritor censurado”, in: Democracia e desenvolvimento (São Paulo: Fórum das Américas, 1979), p. 30: “Num tipo comum de sistema autoritário […] a elite no poder insiste em monopolizar a autoridade política. Mas, como não há pretensões sobre a propriedade privada, seu poder encontra certos limites naturais e muito exatos. Sob tal sistema, a autoridade política do Estado pode de fato ser absoluta, mas o campo de ação daquilo que constitui a esfera da própria autoridade política é limitado. O Estado não permite ao cidadão que participe do processo legislativo, mas não pode interferir no modo de via que ele escolheu. O Estado pode prendê-lo por atividades sediciosas, mas não pode despedi-lo de seu emprego (a menos que aconteça ser um funcionário público) ou privá-lo, por outro modo, de seu meio de vida”.
Nota do editor:
- O título desta postagem (“Totalitário ou autoritário?”) não faz parte de nenhuma epígrafe do livro, foi atribuído por nossa editoria.
Composição da obra Contra a Idolatria do Estado. O Papel do Cristão na Política:
Primeira Parte: Fundamentos bíblicos
1. O livro de Ester: o povo de Deus sob o riso de extermínio.
2. A carta de Paulo aos Romanos: o poder do evangelho e os limites das autoridades estabelecidas.
Segunda Parte: Questões conceituais
3. Totalitarismo, o culto do Estado e a liberdade do evangelho.
4. Espectro político, mentes cativas e idolatria.
Terceira Parte: Direções teológicas
5. A Igreja Confessante e a “disputa pela igreja” na Alemanha (1933 – 1937).
6. A Relação entre a igreja e o Estado na perspectiva reformada.
Quarta Parte: Aplicações práticas
7. “Erga a voz”: a violência, a ideologização do debate e uma oportunidade para a igreja.
8. Uma Agenda para o voto consciente.
Em adendo, assista ao trailer do livro que originou esta postagem: