“Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira.”,
Olavo de Carvalho.
Antes de lhe explicar a nova vacina que está sendo desenvolvida, preciso que você entenda como as vacinas funcionam. É o seguinte:
Nosso corpo reage a microrganismos invasores produzindo uma resposta a base de soldados – que são as células – e armas – que seriam os anticorpos.
Para desencadear essa reação de Armas e Soldados, as vacinas podem apresentar ao seu organismo pequenas doses de um agente infeccioso vivo ou pedaços daquele agente.
Então, falando especificamente de vírus, vamos tomar a vacina Salk como primeiro exemplo:
A Vacina Salk foi desenvolvida por Jonas Salk na Universidade de Pittsburgh em 1952 e apresentada ao mundo em 12 de abril de 1955. Ela contém o vírus a poliomielite inativado – em outras palavras: o vírus “morto”.
Ao injetar esses pedaços do vírus no seu corpo, os “leões” do sistema de defesa sentem o cheiro da presa e partem para cima dela. Ao devorá-la, criam uma “memória” do cheiro daquela “gazela” e se mantêm em prontidão para identificar o cheiro e atacar de maneira impiedosa caso pedaços da gazela – ou a gazela inteira – cometam a imprudência de aparecer por ali novamente.
Outros exemplos de vacinas que utilizam vírus inativados ou mortos incluem as vacinas contra Hepatite A, Hepatite B, Raiva, HPV, Difteria e Tétano.
E quanto às vacinas que utilizam Vírus Atenuados? As principais vacinas que utilizam este recurso incluem as vacinas contra Herpes, Sarampo, Caxumba, Catapora e Rubéola, mas vamos pegar a Vacina contra Febre Amarela como exemplo principal:
Esta vacina possui quantidades mínimas do flavivírus da Febre Amarela. O vírus está vivo, porém “atenuado”: ele tomou uma “surra” e está meio tonto, grogue.
Visualize uma vacina assim como sendo jogar uma gazela viva, porém machucada, dentro de uma jaula de leões: o que se espera é que os leões cheirem a gazela, a identifiquem como uma presa / comida, e a devorem sem maiores dificuldades.
Porém, eventualmente, a gazela não está “atenuada” o suficiente, ou os leões estão “preguiçosos” demais, e a gazela distribui alguns coices bravos antes de virar o prato principal do almoço.
No caso da vacina contra Febre Amarela, uma vez que o vírus encontra-se “atenuado”, se seu sistema imunológico não agir rápido, o vírus pode se replicar dentro do seu corpo – e você terá um episódio de febre amarela.
“Reações” à vacina contra Febre Amarela, portanto, não são “reações”, mas a própria Febre Amarela em si. Você não está tendo um efeito colateral: você está tendo a doença.
É por isso que vacinas contra Febre Amarela não devem ser aplicadas com menos de 10 anos de intervalo: doses recorrentes podem resultar em um episódio da doença, o que não é nada bom.
Felizmente, a imensa maioria das pessoas não apresenta “reações” à vacina contra Febre Amarela. E o vírus é imunogênico o suficiente para produzir uma defesa no seu organismo que dura cerca de 10 anos ou mais.
Curiosamente e por este motivo, se você tiver um episódio de Febre Amarela após ser picada pelo mosquito Aedes aegypt, o efeito será o mesmo de uma vacina: a imunogenicidade do vírus resultará em uma imunidade prolongada para a doença. Um episódio de Febre Amarela, portanto, equivale a tomar uma “dose” da vacina para Febre Amarela.
Essa questão da imunogenicidade é importante e quero que você guarde isso: quanto mais imunogênico um vírus for, maior a intensidade da resposta do seu sistema de defesa a ele, maior a memória que ficará guardada em suas células, e mais duradoura e eficiente será a defesa produzida por esta memória.
E o Coronga?
No caso do COVID-19, o que está sendo proposto não é uma vacina de vírus morto e/ou inativado – não serão jogados no seu organismo pedaços da “gazela”.
Ela também não é uma vacina de vírus atenuado – não serão jogados no seu organismo “gazelas” tontas.
A vacina contra o COVID-19 baseia-se no conceito inovador de RNA mensageiro (ou RNAm).
O princípio de funcionamento aqui é que seria possível enviar para o seu sistema de defesa uma mensagem informando como é o cheiro da “gazela”. Como se fosse uma instrução escrita para que você entendesse qual é o gosto de uma maçã, por exemplo.
Tente explicar por telegrama o gosto de uma maçã para alguém que nunca comeu uma maçã na vida e você começará a ter uma ideia das dificuldades que envolvem este processo…
Ainda assim, o que os cientistas fizeram foi pegar pedaços do COVID-19, anexar a ele alguns átomos para tornar a resposta inflamatória menos intensa, e então injetar esse “telegrama” no organismo, para que o DNA de suas células leia a mensagem e produza uma defesa específica contra aquela “gazela”, ainda que jamais tenha entrado em contato com ela ou com pedaços dela.
As primeiras vacinas de RNAm foram produzidas na década de 1990. Porém, ao serem aplicadas em camundongos, a reação inflamatória foi intensa demais e muitos animais morreram.
O problema da resposta inflamatória exagerada foi “resolvido” nos anos 2000 pelo imunologista Drew Weissman, da Universidade da Pensilvânia, e sua colega Katalin Karikó. Weissman e Karikó estão envolvidos agora no desenvolvimento da vacina contra o COVID-19 pelo laboratório Pfizer.
E aqui começam os problemas:
Primeiro: uma vez que as vacinas RNAm levam teoricamente muito menos tempo para ser desenvolvidas, esta é a técnica que está sendo empregada para a fabricação da imensa maioria das vacinas Anti-COVID-19 no momento. Contudo, vacinas RNAm nunca foram utilizadas em humanos.
Segundo: o COVID-19 até consegue passar rápido de uma pessoa para outra, porém ele produz uma resposta imunogênica extremamente pequena na esmagadora maioria dos casos.
Tanto é assim que os testes que medem a resposta do sistema imunológico contra o vírus têm uma taxa de até 60% de falso-negativos: mesmo estando infectado, a quantidade de anticorpos que seu corpo fabrica contra o vírus é tão insignificante que são necessários 5-7 dias (ou mais) para que esses anticorpos atinjam um nível suficiente para serem detectados pelos testes.
Isso torna absurdamente difícil determinar se pessoas assintomáticas são capazes de contaminar outras pessoas: se os testes que determinam a presença do vírus possuem índices de falso-negativos que vão de 20 a 60%, como saber sem qualquer sombra de dúvida que alguém tem o vírus e transmitiu o bicho para um contactante (que terá testes igualmente negativos)?
Terceiro: estamos falando de um vírus de altíssima infectividade, porém com baixíssima letalidade.
Mais de 80% dos infectados pelo COVID-19 não desenvolvem qualquer sintoma. E, entre os sintomáticos, mais de 90% resolvem o quadro infeccioso sem necessidade de qualquer tratamento específico. Naqueles que necessitam mesmo de tratamento, o uso precoce do combo Hidroxicloroquina + Azitromicina + Zinco + Ivermectina apresenta um índice de sucesso de quase 100%.
Se o vírus tem uma letalidade muito baixa, e se remédios seguros possuem uma efetividade muito alta, por que mesmo precisamos de uma vacina??
Quarto e último: estamos falando também de uma vacina com um RNA modificado por humanos que dará instruções diretas sobre como seu DNA deverá se comportar.
Que outras mensagens estão escritas nesse telegrama? E que tipo de “leitura” será feita pelo seu organismo no futuro?
Talvez a vacina até seja “eficaz” contra o COVID-19, mas e se ela fizer com que seu DNA passe a entender que não deve fabricar mais cartilagem (dê boas-vindas à osteoartrose precoce…), ou que deve reduzir sua imunidade para outros agentes infecciosos, ou diminuir a ação de células que combatem focos iniciais de câncer?
Sem responder a estar questões com toda clareza e acima de qualquer margem de dúvida, uma vacina RNAm empregada em massa tem tudo para ser um projeto de desastre com proporções cataclísmicas, e deveríamos nos posicionar quanto a isto com todas as forças possíveis.
Escrito por: Dr. Alessandro Loiola, MD, CRMSP 142.346.
O autor é escritor, palestrante, médico e editor de Manhood Brasil.
Publicado originalmente no website Manhood Brasil, em 30 de setembro de 2020.