“Quando um homem diz a uma mulher: és livre, ele está simultaneamente a dizer que estás por tua conta. A libertação da mulher significa o seu abandono por parte do homem. Do ponto de vista do homem, o sentido da libertação da mulher é precisamente o de permitir e justificar o abandono da mulher.”, originário do website The Thinking Housewife.
A descoberta deste blogue foi uma agradável surpresa, não porque eu esteja convencido de que as mulheres, em geral, não pensem como a autora do blogue; mas antes porque, hoje, é raro acontecer que a mulher diga o que pensa fazendo pleno uso da lógica. Aliás, o ostracização da lógica é hoje comum ao homem e à mulher.
Assistimos, hoje, a um choque de civilizações entre a cultura islâmica e a cultura ocidental. Na primeira, a mulher é, de fato, oprimida; na segunda, o homem diz à mulher: “és livre!”.
E por isso é que existe o “choque de civilizações”, porque ambas as “civilizações” estão erradas; de fato, não podemos sequer falar, num e noutro caso, de “civilizações”: são dois tipos diferentes de barbárie. Bastaria que uma das duas “civilizações” estivesse correta para que deixasse de existir um “choque de civilizações”, porque a barbárie tende naturalmente a submeter-se à civilização propriamente dita.
Se quando o homem diz à mulher: “és livre”, e se o sentido da “liberdade da mulher” é o abandono da mulher por parte do homem, em consequência são as crianças que são abandonadas pela mulher. Quebra-se, assim, o elo natural entre o homem, a mulher e as crianças.
Por isto é que a esquerda — e os libertários de direita —, ou seja, as elites, estão profundamente errados quando defendem a “libertação da mulher”: o que a esquerda realmente defende é o abandono da mulher por parte do homem. Este abandono da mulher e das crianças, por parte do homem, está bem patente na lei do “divórcio unilateral e na hora” que tem que ser urgentemente revista.
A esquerda tem que compreender, de uma vez por todas, que não vivemos em uma sociedade tribal como a dos trobriandeses, ou coisa do gênero; ou na sociedade dos nuer, em que o irmão mais velho da mãe tem um lugar mais importante do que o do pai; ou em outras culturas tribais e primitivas onde determinados homens são temporariamente considerados mulheres, ou determinadas mulheres, homens.
Nestas sociedades primitivas e de pequena escala, a lei do grupo sobrepõe-se à família nuclear. As funções do grupo, seus códigos e estatutos estão em primeiro plano. O indivíduo apaga-se diante dos sistemas formados pela tribo. Nessas sociedades primitivas, as relações são nitidamente menos individualizadas e menos personalizadas.
A família dita “nuclear” não é um acidente da História; ela é largamente maioritária através das civilizações. O triângulo mãe/pai/filho foi um avanço cultural — ou uma “diferenciação cultural”, na terminologia de Mircea Eliade.
Existe uma contradição intrínseca na esquerda quando esta defende, por um lado, a dita “libertação da mulher” — que pressupõe a valorização do indivíduo feminino — e, por outro lado, desliga a mulher da família nuclear e natural — fazendo impor a supremacia da lei do grupo.
É neste sentido que eu digo que os verdadeiros machistas da atualidade são homens de esquerda e os libertários de direita: são os que dizem à mulher: “és livre”, para que se possa, assim, justificar culturalmente o abandono da mulher.
Escrito por Orlando Braga. Acesse o website do autor deste artigo, em: me.orlando-braga.eu.
Publicado originalmente pelo website Mídia Sem Máscara, em 03 de abril de 2012.
Em complemento, assista ao vídeo intitulado: “Feminismo, o maior inimigo das mulheres”, e descubra com o Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior os motivos pelos quais está em voga a desconstrução dos papeis femininos, sobretudo o da maternidade.