“Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira.“,
Olavo de Carvalho.
Se a verdade e a lógica são relativas, são relativas em relação a quê?
Se a verdade e a lógica são relativas, ou se não existem, o raciocínio, por si mesmo, ascende ao patamar da idiotização.
Se não existe verdade absoluta, tal afirmação contradiz a si mesma. Crer, portanto, em algo que nega sua própria veracidade passa a ser uma atividade intelectual deveras patética.
Se a verdade é inalcançável e, talvez, nem mesmo exista, o que fazem os físicos, astrofísicos, químicos, biólogos, matemáticos, filósofos, médicos e afins, se não perder tempo e dinheiro em busca de algo que eles mesmos juram não existir?
Se tudo o que existe na Terra e nos Céus, no Universo observável e nos possíveis universos paralelos, é mera obra do acaso, a busca por uma explicação de como tudo começou, por que começou e como tudo será passa a ser uma das mais infrutíferas e ilógicas atividades do intelecto humano: tal indagação não faria nenhum sentido, mesmo porque leis físicas e verdades absolutas são incapazes de descrever e prever o acaso. A ciência, então, de tal ponto de vista, passaria a ser um passatempo medíocre, idiotizador e desprovido de fins.
Se a verdade não existe, a mentira, automaticamente, assume-se uma impossibilidade absoluta. Mas a mentira existe.
E, se alguém afirma que a moral é relativa, torna-se obrigatório ao defensor de tal premissa crer num referencial de moral imutável e absoluto. Do contrário, estará agindo de completa má-fé. Ou sendo ofuscado pela própria ignorância que jamais admitirá nele existir, mas que não poupará nenhuma oportunidade para apontá-la no próximo.
Escrito por Fabio Rabello.
Em adendo, ouça trecho do programa True Outspeak no qual o filosofo Olavo de Carvalho responde ao questionamento: “Como reconhecer a verdade?”