Relatório Iron Mountain

Recorte da obra: "Man smoking pipe", criada pelo pintor italiano Giovanni Madonini (1915 - 1989)

Um silêncio pode por vezes ser a mais cruel das mentiras.
Robert Louis Stevenson (1850 – 1894)



Em 1954 um grupo de cientistas das mais variadas especialidades foi chamado a participar de um projeto mirabolante. Passada a Segunda Guerra Mundial, os EUA desfrutavam de uma hegemonia representada não apenas pela capacidade bélica demonstrada no campo de batalha, mas também pela pujante economia e pela produção cultural que já dominava o mundo do entretenimento.

Os profissionais mais consagrados em suas áreas foram selecionados para uma pesquisa minuciosa e cara. Os recursos vieram do Pentágono e contaram com a consultoria de grandes empresas e organizações como Fundação Rockefeller e Instituto Hudson, além dos serviços de inteligência e todas as entidades governamentais ligadas à ciência, segurança e espionagem. Oficialmente a idéia era descobrir quais as atitudes deveriam ser tomadas nas próximas décadas de forma a manter e ampliar a hegemonia econômica, cultural e militar dos Estados Unidos da América.

Economistas, sociólogos, engenheiros, médicos, nutricionistas, psicólogos, estrategistas militares e especialistas em áreas tão vastas e tão distintas como energia, comunicação, hipnose e lavagem cerebral, foram reunidos em uma base militar denominada Iron Mountain.

Capa da obra: "Introdução à Nova Ordem Mundial", escrita por Alexandre Costa.Os resultados destes estudos foram sintetizados em um relatório que recebeu o nome do local que centralizou o projeto. Além de várias outras sugestões, os pesquisadores apontaram que a melhor maneira de manter coeso um grupo humano é a existência de um inimigo. Deduziram daí que era importante para o crescimento americano que a população cultivasse certo medo de um inimigo externo. Mais adiante no relatório eles alegam que como é muito difícil ou quase impossível alimentar esta inimizade por muito tempo sem sofrer as consequências de uma guerra real, é preciso criar inimigos hipotéticos, de preferência idealizados ou até mesmo imaginários. Os especialistas sugeriram então dois temas que poderiam gerar inimigos externos aglutinadores: ecologia e seres extraterrestres. Perceberam que o medo iminente de uma invasão alienígena, ou de uma retaliação da natureza funciona muito bem para direcionar a decisão das pessoas sem que elas percebam a manipulação.

Como os pesquisadores sabiam que seria difícil e demorado para mudar radicalmente a opinião das pessoas, e mesmo com muitos estudos sempre é possível uma reação inesperada e indesejada, decidiram fazer um teste e, diante dos resultados, iriam definir as melhores estratégicas para a modificação do senso comum. Para este teste precisariam de um tema que estivesse enraizado na cultura do ocidente, para que essa inversão de valores fosse estudada e adaptada a outros temas cuja mudança interessasse aos poderosos. O tema escolhido foi o tabagismo, que naquela época não sofria de nenhum tipo de perseguição.

Os trechos divulgados e que podem ser encontrados na Internet não correspondem nem a um terço das informações obtidas pelos órgãos governamentais e principalmente pelos empresários amigos do governo que participaram do projeto. Mesmo conhecendo apenas a parte pública destes resultados, é possível perceber seu tremendo sucesso, não apenas pelas mudanças do senso comum, mas pelo próprio desenrolar do discurso público. A farsa do aquecimento global, da camada de ozônio, do fim da água potável, do fim do petróleo, a ameaça alienígena, todos estes temas servem como prova do sucesso dos planos originários do relatório Iron Mountain, mas em nenhum destes a manipulação mostrou-se tão eficiente como na criação do antitabagismo militante. Em algumas décadas de massificação, conseguiram transformar o cigarro em um veneno mais perigoso que a cicuta. E amigos em chatos.


Excerto da obra: Introdução à Nova Ordem Mundial, de Alexandre Costa.
(VIDE Editorial, ISBN 9 788567 394503).


Nota do editor:

Imagem da capa: “Man smoking pipe”, do pintor italiano Giovanni Madonini (1915 – 1989).


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Cesário aguiar

Incrível como é fácil manipular os burros.

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