“A tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos.”
C. S. Lewis (1898 – 1963)
Sem o auxílio da tradição, a razão não é capaz de determinar o que é certo e o que é errado. A tradição nos ensina a distinguir entre a mera moda ou convenção social e os valores universais que transcendem todas as culturas e épocas. Quando essa tradição é destruída, estamos à mercê de nossas próprias paixões e desejos, ou pior ainda, das paixões e desejos dos outros.1
A educação sem os valores do coração é apenas uma inteligência instrumental. É o que os homens fazem com suas máquinas. O homem cresce mais perto do seu objetivo quando se torna mais capaz de atitudes tais como reverência, gratidão, humildade, aceitação, responsabilidade e amor incondicional. Quando nos concentramos apenas em desenvolver a mente, tornamo-nos incapazes de compreender as questões morais mais profundas. Precisamos do coração, tanto quanto da mente, para nos guiar em direção ao bem.2
A ciência, por si só, não pode fornecer as respostas para as questões morais. A ciência pode nos dizer como fazer algo, mas não pode nos dizer se devemos fazê-lo ou não. Precisamos de valores universais para guiar nossas ações e decisões. Quando a ciência é desvinculada da moralidade, ela se torna perigosa e pode ser usada para fins terríveis.3
A tentativa de negar a realidade objetiva e os valores universais leva a uma desumanização e despersonalização da sociedade. Quando o homem é reduzido a uma mera máquina ou animal, ele perde sua dignidade e valor intrínsecos. A abolição do homem é, portanto, a abolição da própria humanidade e, consequentemente, a destruição da civilização. Precisamos recuperar os valores e tradições que nos tornam humanos e valorizados para construir uma sociedade justa e próspera.4
Trechos da obra A abolição do homem,
escrita por C. S. Lewis (1898 – 1963).
Notas:
- Capítulo 01: Menos que Humanos
- Capítulo 02: Os Caminhos
- Capítulo 03: Os Primeiros e os Últimos
- op. cit.
Nota da editoria:
Imagem da capa: “C. S. Lewis”, por Valery Filippov.
Confira, neste aúdio, Luiz Gonzaga de Carvalho Neto (filho do filósofo Olavo de Carvalho), que foi o responsável pela revisão da tradução da obra A Abolição do homem, publicada pela Editora WMF Martins Fontes.