Racionando a razão

Razão e emoção (moça e quadro negro)

Excerto do capítulo 11 (segunda parte), da obra:
Deus no banco dos réus”, escrita por C. S. Lewis.
Livro publicado pela Editora Thomas Nelson Brasil, sob ISBN: 9 788578 607579.
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Vale salientar: este pequeno trecho contém uma acepção completa, mas não demonstra o objetivo da obra, parte ou mesmo da seção [1]. Para tal finalidade, consulte o editor.



“Eu apreciaria infinitamente mais os bailes”, disse Caroline Bingley, “se eles fossem realizados de uma maneira diferente […]. Seria muito mais racional se conversas, em vez de danças, estivessem na ordem do dia.” “Muito mais racional, atrevo-me a dizer,” respondeu seu irmão, “mas muito menos parecido com um baile”.[2] Somos informados de que ela ficou em silêncio; contudo, poderia ser dito que Jane Austen não permitiu que Bingley apresentasse toda a força de seu argumento. Ele deveria ter respondido distinguo.

Em um sentido, a conversa é mais racional por ser capaz de exercer a razão; a dança, não. Porém, nada há de irracional em exercer outras competências além da razão. Em determinadas ocasiões e para certos fins, a verdadeira irracionalidade encontra-se naqueles que não o fazem. O indivíduo que tenta domar um cavalo, redigir um poema ou gerar um filho por meros silogismos é irracional, muito embora os silogismos em si sejam mais racionais do que as atividades exigidas para esses fins. É racional a atitude de não fazer uso da razão, ou não se limitar à razão, nas situações erradas; e, quanto mais racional for o individuo, mais ele saberá disso.


Extraído da obra: “Deus no banco dos réus, escrita por: CS. Lewis (1898 – 1963).
Traduzido por Giuliana Niedhardt. Título original: “God in the dock: Essays on Theology and Ethics”.
Publicado pela editora Thomas Nelson Brasil, sob ISBN: 9 788578 607579.


Notas:

  1. Trecho do capítulo 11, denominado: “Clérigas na igreja?” (segunda parte da obra). O título desta postagem (“Racionando a razão”) foi criado pela editoria da Culturateca.  
  2. “Orgulho e preconceito”, capítulo 11.

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