Para uma sociedade sem dinheiro em papel-moeda

Obra: "O Casamento Desigual" (1525 - 1530), do pintor flamengo Quentin Matsys (1466 - 1530).

Esta postagem contém um pequeno excerto da obra:
A verdadeira história do Clube Bilderberg”, escrita por Daniel Estulin.
O livro foi publicado pela Editora Planeta em 2005, sob
ISBN 978-8576651697.



Não faz muito tempo, tanto filósofos como profanos consideravam insondável o conceito aterrador de um mundo futurista, irradiado através de uma miríade de livros e filmes de ficção científica, onde os humanos ─ assinalados pela «marca da besta» ─ convertem-se em escravos, e cuja dignidade, humanidade e honra veem-se confiscados em nome da Nova Ordem Mundial, e «seu acérrimo individualismo sacrificado em altares de uma harmonia universal anestesiada». 1

Logo, na década de 1960, os globalizadores se deram conta de que o mundo não estava mudando suficientemente rápido para seu gosto e decidiram atuar. Em 1962, Nelson Rockefeller apelou à criação de uma Nova Ordem Mundial: «Os temas da atualidade exigem a gritos uma nova ordem mundial, porque a antiga caiu; uma ordem nova e livre luta por emergir à luz… Antes de que pudéssemos nos dar conta, estabeleceram-se as bases da estrutura federal para um mundo livre.»

Se a informação dos capítulos anteriores foi alarmante, o que vem a seguir lhe produzirá um calafrio nas costas, porque nos aproximamos das etapas finais da Escravidão Total.

A sociedade sem dinheiro em papel-moeda não é um «novo» conceito, mas, um antigo recuperado pela elite globalizadora para exercer um controle absoluto sobre todos os indivíduos. Em agosto de 1975, o senador americano Frank Church declarou que «o Governo tem capacidade tecnológica para impor uma “tirania total” no caso de que um ditador tomasse o poder. Não existiria um só lugar para ocultar-se».

O dinheiro em metálico nos garante intimidade e anonimato ou, o que é o mesmo, liberdade. Também nos garante independência.

Todos nós poderíamos conseguir que os bancos do mundo quebrassem apenas tirando simultaneamente o dinheiro que temos depositado neles. O dinheiro em papel-moeda também é sinônimo de descentralização. O governo sabe que para controlar, vigiar e seguir a pista da população deve suprimir o dinheiro em efetivo. Na década de 1960, segundo meu avô ─ um oficial do Serviço Contra espionagem da KGB ─, este último baralhou um plano que consistia na introdução de um cartão de crédito no sistema para assim poder efetuar com facilidade um seguimento, tanto das pessoas, como do dinheiro. Para sua desgraça, embora felizmente para o resto da população, havia um inconveniente de caráter prático em todo este assunto. Naquela época as lojas russas, se caracterizavam por algo, era por sua falta de mercadorias. Embora cada cidadão russo dispusesse de um sofisticado cartão de crédito, o governo não poderia seguir a pista de ninguém, excetuando um reduzidíssimo grupo de clientes, geralmente aqueles que tinham contatos, aqueles que conheciam alguém em alguma parte e podiam trocar seus bens e favores pelos de seus amigos. Isto me recorda uma anedota de minha juventude: uma vez, em pleno inverno, meu pai e eu, enquanto retornávamos à casa, depois de esperar duas horas em um supermercado local, encontramo-nos com uns amigos da família. Antes de partimos meu pai trocou doze rolos de papel higiênico por um par de sapatos, que eram muito estreitos a seu amigo. Conforme me explicou meu pai mais tarde, as pessoas sempre levavam consigo alguma coisa que lhes resultasse imprestável e que sempre pudessem trocar por algo que pudessem tirar proveito.

Hotel BilderbergComo já assinalei no capítulo 3, o objetivo da Nova Ordem Mundial é erradicar aos poderes descentralizados, portanto, devem suprimir os territórios independentes, que são mais difíceis de controlar, e criar uma comunidade europeia dependente, a fim de estabelecer um Governo Mundial Único (autoridade universal, monopólio) que se autoperpetue.

Na década de 1980, o professor B. A. Hodson, diretor do Centro Informático da Universidade da Manitoba, recomendou gravar uma marca identificadora na frente de cada indivíduo. Num primeiro momento, a ideia consistia em tatuar um fluido permanente, não tóxico, sobre a carne humana, que se trasluziria, com a ajuda de raios ultravioleta, ou infravermelhos. 2

Em 20 de setembro de 1973, a capa do Senior Scholastics ─ uma publicação especializada (agora desaparecida), orientada aos centros de ensino médio e superior ─ mostrava um grupo de meninos com números tatuados na fronte e divulgava um artigo de fundo intitulado «Necessidades sociais e direitos privados. Quem lhe vigia?». Em tal artigo se especulava o seguinte: «Sem moeda, sem mudança e sem cheques. No programa, a todas as pessoas lhes atribuirá um número que terão tatuado, bem no pulso, ou na fronte. Deste modo, todos os artigos de bens de consumo marcar-se-ão digitalmente. No ponto de controle, graças a um ordenador situado na saída da loja, captar-se-á o número de artigos selecionados para sua compra, assim como o número da pessoa, e automaticamente o ordenador somará o preço e descontará a importância da conta do cliente.»

O Prêmio Nobel de Química de 1954, Linus Pauling, propôs que se tatuasse uma marca nos pés, ou na fronte de todos os jovens, o código de seu respectivo genótipo.

Em 1974, um professor da universidade pública de Washington, o doutor R. Keith, inventou uma pistola laser que se empregaria para numerar peixes em menos de um segundo. Farrell disse que tal arma também poderia utilizar-se para registrar numericamente às pessoas.

O assessor do Serviço de Inteligência, McAlvany, declarou que «a era do dinheiro em papel moeda está chegando a seu fim e uma nova era com uma sociedade sem dinheiro está amanhecendo. Se os modernos cartões eletrônicos de crédito e débito podem trocar-se por dinheiro em efetivo, então cada transação econômica de sua vida pode ser catalogada e armazenada como uma futura referência e, aqueles com o poder de interromper seu acesso ao dinheiro eletrônico, podem estrangulá-lo no tempo que dura um batimento cardíaco. O potencial do totalitarismo para chantagear e controlar é incrível, mas a maioria das pessoas nem sequer parece dar-se conta». 3

Michael Journal, do Canadá, lançou uma advertência sinistra sobre os perigos dos cartões de débito: «Enquanto você puder tirar dinheiro dos caixas automáticos mediante cartões, estes parecer-lhe-ão bastante práticos, já que eliminam a necessidade de levar dinheiro em papel moeda. Em tal caso, o sistema do cartão de débito se converterá em um instrumento para exercer um controle absoluto sobre o ser humano. O objetivo é conseguir uma sociedade sem dinheiro; em que toda transação econômica deva fazer-se, obrigatoriamente, através de um sistema bancário informático, para utilizá-lo se, por qualquer razão, você é classificado como “pessoa indesejável”.» Tomem como exemplo ao autor deste livro. Quanto tempo pensa você que a Nova Ordem Mundial me deixará conservar meu dinheiro eletrônico, em minha conta eletrônica, que em papel-moeda «são só números na tela», antes de decidir suprimir cada euro, duramente ganho, só pressionando a tecla e apagando tudo do ordenador? Ou, realmente você crê, que após ler este livro, deixar-me-ão seguir atuando a meu bel-prazer? Convertido em «inimigo do Estado» pelo Governo, só terão que apagar seu número do ordenador central e você já não poderá comprar nem vender e, deste modo, condenarão a desaparecer pouco depois. Boris Illinietz, um dissidente soviético exilado no Ocidente na década dos setenta, que atualmente vive em Paris, o Estado confiscou seu dinheiro antes de apartá-lo, mediante a imposição de um exílio permanente no estrangeiro, por atividade antissoviética, uma frase chave para a «pessoa indesejável».



Excerto da obra: “A verdadeira história do Clube Bilderberg”, escrita por Daniel Estulin.
Publicada pela Editora Planeta em 2005, sob ISBN 978-8576651697.

Daniel Estulin (Vilnius, RSS da Lituânia, URSS, 29 de agosto de 1966) é conhecido por extensos trabalhos sobre o grupo Bilderberg e por livros sobre técnica de comunicação.


Notas:

  1. The Gods Who WalkAmong Us, Thomas Horn and DI. Donald. Subir
  2. O processo provou secretamente com bebês nos Estados Unidos, os quais foram tatuados com o número da Seguridade Social. Subir
  3. The Me Alvany Intelligenee Advisor, Donald S. McAlvany, Estados Unidos, julho, 1991. Subir

Nota da editoria:

Imagem de capa: “O Casamento Desigual” (1525 – 1530), do pintor flamengo Quentin Matsys (1466 – 1530).


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