Fragilidade intelectual

Obra: "Despair", por Matt Talbert.

Assim como o amor de Deus é raiz de todas as virtudes, o amor-próprio é a raiz de todos os vícios.
Padre Manuel Bernardes (1644 – 1710)

* Notas da editoria



Lembre-se da fragilidade de nossos intelectos e de nosso conhecimento limitado.

Sócrates disse que ele era o mais sábio homem em Atenas porque ele sabia que não sabia nada. O apóstolo Paulo assumiu um pensamento semelhante, quando confrontado pelos gnósticos gregos, que davam palpite sobre a importância do conhecimento. Ele escreveu: “O conhecimento dá ocasião à arrogância, mas o amor edifica. Se alguém supõe conhecer alguma coisa, ainda não conhece até o ponto em que é necessário conhecer. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele” (1Co 8.1b-3). De acordo com Paulo, se você pensa que é tão esperto e que descobriu tudo a respeito de Deus, na verdade, você nada sabe e é apenas um tagarela intelectualmente inflado. Em contrapartida, a pessoa que ama a Deus é aquela que verdadeiramente veio a conhecê-lo.

Tal doutrina tem abalado a soberba de alguns homens em face de suas grandes realizações intelectuais. Isso significa que o mais simples filho de Deus, que vive em amor, é mais sábio, à vista de Deus, do que o brilhante Bertrand Russel, que o mundo jamais viu igual.

Como cristãos, precisamos perceber a debilidade e a finitude de nosso conhecimento humano. Com honestidade, posso testificar que quanto mais aprendo, mais desesperadamente ignorante me sinto. Além disso, o estudo somente serve para abrir a consciência de uma pessoa para todas as perspectivas infindáveis do conhecimento — mesmo na própria especialidade dessa pessoa — ainda desconhecido. Identifico-me com uma afirmação que Isaac Newton fez quando refletia sobre suas descobertas expostas em seu grande tratado sobre física, o Principia mathematica. Ele disse:

Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me com o fato de encontrar de vez em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade permanece completamente por descobrir à minha frente.


Escrito por William Lane Craig.
Excerto do primeiro capítulo do livro: “Apologética para questões difíceis da vida”.
Obra publicada pela Editora Vida Nova, sob ISBN: 978-85-275-0452-2.


Subir com fundo cinza Notas da Editoria:

1. O título desta postagem (“Fragilidade intelectual”) não faz parte de nenhuma epígrafe do livro, foi atribuído pela editoria da Cultura de Fato.

2. Este artigo foi publicado originalmente publicado neste website em 12 de agosto de 2020. A data de 8 de maio de 2024 corresponde à última edição.

3. O excerto aqui disponibilizado não pretende e não expõe claramente o objetivo da obra, para tal finalidade aconselhamos consultar o website da Editora Vida Nova.

4. A imagem de capa contém um recorte da obra “Despair”, do pintor Matt Talbert.


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