“O belo é o esplendor da ordem.”,
Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C.).
Não há quem não conheça o drama vivido por Cyrano de Bergerac, o herói imortalizado nos versos de Rostand. Cyrano era fisicamente feio: seu nariz era demasiado grande para seu rosto, isto é, era desproporcionado. Em qualquer época, em qualquer lugar que tivesse vivido, Cyrano seria conhecido por seu nariz… e por seu “panache”. Pelo nariz, ele seria materialmente feio, e pelo “panache” de sua alma, seria belo. Era a desproporção do nariz que tornava Cyrano feio. Logo, feio é o que é desproporcionado. Belo é o que tem proporção.
Ora, a proporção é uma igualdade de duas razões: a / b = c / d ou 1 / 2 = 3 / 6.
A proporção é um valor matemático, objetivo e universal. Ela não depende nem de nós, nem do tempo, nem do lugar. A relação 1/2 = 3/6 é verdadeira não porque alguém ache, mas porque ambas as divisões, 1/2 e 3/6, são iguais a 0,5.
Mas, se a beleza depende da proporção e esta é objetiva, então a beleza também o é. Algo é belo porque tem proporções e não porque alguém o considere como tal.
Portanto, a beleza material é objetiva porque depende das proporções e das medidas, isto é, dos números.
Escrito por Orlando Fedeli (1933 – 2010).
Esta postagem contém um excerto do estudo: “Música e Beleza”, disponível integralmente em:
http://www.montfort.org.br/bra/cadernos/arte/musicabeleza/, o qual recomendamos fortemente.
Sobre o autor:
Orlando nasceu na em 1933 na cidade de São Paulo.
Em 1954, graduou-se em história pela PUC. Ficou conhecido como apologista católico.
Foi fundador e presidente da Associação Cultural Montfort, e em 1983 também fundou o colégio São Mauro na capital paulista (São Paulo, SP).
Nota do editor:
A imagem associada a esta postagem ilustra desenho criado por Leonardo da Vinci (1452 – 1519), denominado: “Homem Vitruviano”.