Trecho de Âmbar Gris, de Douglas Alfini Jr.

Mar Âmbar, por Joyce Ortner

Nada está no ambiente político de um país que não esteja primeiro em sua literatura.
Hugo Von Hofmannsthal (1874 – 1929)



“Eram doze horas de trabalho intenso nas esteiras com uma de almoço, sem pausas para o banheiro. Valentim resistiu calado às dores que sentia nas pernas, pelo longo tempo em que permanecia de pé, e principalmente ao formigamento nas articulações das mãos, resultado de estar sempre manejando ferramentas pesadas. Quando chegava em casa, não tinha forças suficientes para qualquer outra atividade. Tomava um banho, comia e dormia. Seu dia era dividido entre trabalhar e recuperar-se do trabalho, sua vida era limitada pelas dores e pelo silêncio.”



Uma verdadeira obra de ficção não se justifica pela mera fantasia pura e simplesmente, alheia à realidade, mas pela maneira como apresenta ao leitor novos reflexos possíveis deste mundo, fundando-se sobre experiências reais e percepções totalmente identificáveis. É por isso que ela pode dizer e representar, muitas vezes com assombrosa clareza, o âmago de situações, eventos históricos e até mesmo épocas inteiras, o que dificilmente se conseguiria expressar de outro modo. Tudo isso, é claro, encontra-se muito acima das afinidades ideológicas e do uso político das letras: trata-se apenas de boa literatura e ponto final.


Por Editoria Cultura de Fato.
Para ler mais um trecho do livro, clique aqui. Para adquirir a obra, clique aqui.


Notas da editoria:

Imagem da capa por Joyce Ortner.


Artigos de Douglas Alfini Jr. publicados pela Cultura de Fato





Livros

Douglas é autor das obras Crônicas do Invisível (2021), Âmbar Gris (2023)
e em breve lançará O Ufanista, e outras histórias.

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