Postagens selecionadas do Telegram (maio de 2024)

Obra "Airplane", por Elena Epifantseva.

* Acesse apanhados de outros períodos. Links disponíveis no término desta postagem.



Traição à pátria


Recebi mensagens de dois inscritos do nosso canal do Telegram, em função de um vídeo onde aviadores expressam preocupação com o Projeto de Lei 1154/2024, o qual visa permitir com que companhias aéreas estrangeiras possam realizar voos domésticos em nosso espaço aéreo. Ambos os colegas ficaram surpresos, pois esperavam que a Cultura de Fato sempre repudiasse interferências estatais. Eles me questionaram: “Você viu o vídeo que foi postado?”, e eu respondi: “Quem postou fui eu!”

Aqui vale mencionar: este texto não tem a intenção de responder detalhadamente aos meus amigos (já conversei com eles em privado), nem oferecer minúcias a outras pessoas. Também não visa expor conceitos técnicos, já que minha capacidade para isso é muito limitada, praticamente nula. No entanto, busco descrever brevemente o pouco que conheço e tenho convicção de que esteja correto.

Já fui terceirizado em uma grande companhia aérea que não existe mais. Atuei no setor de tecnologia, onde colaborava com funcionários responsáveis por alguns sistemas financeiros. Lembro-me — é impossível esquecer — dos valores estratosféricos e essenciais deste importante setor. Por exemplo, o custo elevadíssimo para “estacionar” aeronaves em fingers (“pontes” que conectam o saguão ao avião). Tentei recuperar tal cifras, porém apenas encontrei uma entrevista realizada em 2018, na qual um funcionário do Galeão afirmou ao Lito, do canal Aviões e Músicas, que o preço de cada minuto de um Boeing 737 nessa posição era de míseros US$ 150,00 (hoje — 15/05/2024 — aproximadamente R$ 770,00 por minuto) [https://youtu.be/bno2qzgKRTI?si=J_pglUMqCIcWuOos]. Também recordo que esta mesma aeronave (de tamanho médio e corredor único) consome 3500 quilos de combustível por motor durante a decolagem e início de subida (este aparelho é bimotor). Isso pode ser confirmado por uma primeira oficial em https://youtube.com/shorts/AT7UvEBs6Rs?si=pV-vW-ZbxR7B9jrA [para conhecê-la, clique aqui].

Empresas aéreas em todo o mundo geralmente têm baixa rentabilidade, inexistente ou até negativa. É por isso que Richard Branson, fundador do Grupo Virgin, disse: “Se você quer ser um milionário, comece com um bilhão de dólares e lance uma nova companhia aérea”. Para reforçar esse conceito, compartilho um estudo da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) que revelou um lucro médio por passageiro de apenas R$ 11,00. Você pode ler mais sobre isso em https://aeroin.net/as-empresas-aereas-lucram-apenas-r11-por-passageiro-e-insustentavel-diz-iata/?amp.

Saiba que, governos conservadores e de países que são símbolos de liberdade, comumente agem em prol de suas áreas (leia um exemplo: https://www.infomoney.com.br/negocios/eua-estudam-medidas-para-ajudar-empresas-aereas-como-delta-american-e-united/). Todavia, nossos representantes estão agindo contra nossa aviação. Aqui, não devemos comemorar a intenção do poder público de não interferir em nossas privadas empresas aéreas; mas, devemos lamentar por desejarem interferir contra elas e em prol das estrangeiras — é uma traição à pátria.

No entanto, os problemas não param por aí. As empresas aéreas são altamente dependentes das condições climáticas. Será que as companhias originárias de outros países poderiam direcionar voos de modo a usufruir mais do nosso espaço aéreo do que do espaço delas? Elas seriam capazes de abastecer suas aeronaves em seus países de origem, evitando os altos impostos nacionais e estaduais (no Maranhão a alíquota do ICMS é de 22%), e, dependendo da autonomia de seus aparelhos, realizar voos dentro do Brasil sem a necessidade de reabastecimento? Além disso, toda aeronave funciona como se fosse uma embaixada, o que significa que se você entrar em um avião registrado nos EUA e pousado no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, você estará subordinado às leis americanas. Será que tal fato poderá resultar em problemas uma vez que embarques para voos domésticos são menos rigorosos? Eu, sinceramente, não tenho essas respostas. Será que o Deputado responsável pelo PL, Fernando Máximo (União – RO), e/ou nossos outros representantes possuem ou terão um estudo minucioso para embasar a respectiva decisão?

Na verdade, acredito que a intenção de nossos representantes esteja resumida em um conhecido pensamento de Thomas Sowell: “Ninguém entende de verdade a política até compreender que os políticos não estão tentando resolver nossos problemas. Eles estão tentando resolver seus próprios problemas — entre os quais ser eleito e reeleito são o número 1 e número 2. O que quer que seja o número 3 está bem longe atrás.” Porém, para ser justo com o nobre deputado, sugiro outro vídeo, onde Lito Souza explica outra ação, o Programa Voa Brasil, que ignora as características deste setor. Você pode assistir em https://youtu.be/jUl-Y1QkCfI?si=0bRNfaUs8784Tf48, e constatar que Fernando Máximo não está sozinho.


Por Eric M. Rabello.
Publicado em nosso canal no dia 15 de maio de 2024.


Subir Assista ao vídeo que deu origem ao texto acima:

Publicado pelo Canal ASA (Aviation, Space & ATC), em 25 de abril de 2024



Sobre “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel


No dia 19 de maio de 2024, em nosso canal do Telegram, lançamos o questionamento: A obra-prima de Nicolau Maquiavel, O Príncipe, foi inspirada no estilo político de quem? Veja:

O obra-prima de Nicolau Maquiavel, "O Príncipe", foi inspirada no estilo político de quem?

Resposta: Maquiavel foi embaixador junto a César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI. Bórgia, um comandante italiano, ficou conhecido pelo grande poder e pelas atrocidades que cometeu, ele inspirou O Príncipe.




Proslógio, de Santo Anselmo


O insensato tem de convir que tem no intelecto a ideia de um ser acima do qual não se pode pensar nada maior, porque quando ouve enunciar este pensamento entende-o, e qualquer coisa que se entenda está no intelecto. E, sem dúvida alguma, esse objeto acima do qual não se pode pensar nada maior, não existe somente na inteligência, porque, se assim fosse, poder-se-ia supor, pelo menos, que existe também na realidade, nova condição que faria um ser maior do que aquele que não tem existência senão no puro e simples pensamento. Portanto, se esse objeto acima do qual não há nada maior estivesse somente na inteligência, seria, sem embargo, tal que haveria algo acima dele, conclusão esta que não seria legítima. Existe, por conseguinte, sem sombra de dúvida, um ser acima do qual não se pode pensar o que quer que seja, nem no pensamento nem na realidade.


Excerto da obra Proslógio, de Santo Anselmo.
Publicado no Canal Resistência Cultural, em 6 de maio de 2024.




Sobre letras minúsculas e espaços entre as palavras


No dia 29 de maio de 2024, em nosso canal do Telegram, lançamos o questionamento: A quem devemos as letras minúsculas e os espaços entre as palavras? Veja:

As letras minúsculas e os espaços entre as palavras existem graças a uma das opções abaixo. Qual?

Resposta: Existem graças ao reinado de Carlos Magno (742 – 814) e ao seu empenho na retomada das artes, religião e cultura por meio da Igreja Católica, a chamada Renascença Carolíngia. Para mais informações, consulte: O que é cultura? (tópico: Cristianismo. No ocidente, alicerce dos teístas aos ateístas).


Notas da editoria:

Imagem de capa: “Stormy landing” (desenho de um Boeing 737), por Andrew Harris Agava.


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