Postagens selecionadas do Telegram (junho 2023)

Obra: "Paper Plane", por Ahed Izhiman.

* Títulos nossos, exceto tópico primeiro (“Quando a moeda global era latino-americana”)



Quando a moeda global era latino-americana


Uma moeda cunhada na América Latina – feita com prata do México e da Bolívia e aceita até na China, Japão, Coreia e Índia – exerceu a hegemonia mundial no comércio durante mais de 300 anos. Chamava-se “Real” e foi a primeira a se internacionalizar, sendo garantida pelo Império espanhol. No império britânico era denominada “pillar dólar” (dólar dos pilares do escudo espanhol), na Austrália “dólar holey”, e na América do Norte, onde vigorou até 1857, “dólar espanhol”. O símbolo do dólar ($) vem das duas colunas do brasão espanhol contido naquela moeda. O fato sugere que nosso continente, hoje cultural e economicamente empobrecido por governos de esquerda, pode vir a ter grande importância no futuro.


Via Revista Catolicismo, edição número 870 de junho de 2023.
Publicado em 20 de junho de 2023 no canal da Cultura de Fato.



Repetições Bárbaras


Diz-se que, certa ocasião, Beethoven, quando jovem, procurou Mozart para que lhe ministrasse aulas de piano. Esse o recebeu, executou ao piano uma frase musical e disse-lhe: ‘Improvise!’ E Beethoven pôs-se a improvisar. Mozart retirou-se para uma sala ao lado, onde estavam alguns amigos e, chamando-lhes a atenção para os sons que saíam do piano, disse-lhes: ‘A música deste menino ainda revolucionará o mundo!’.

Citamos isso de memória, porque a validez histórica não é o que importa aqui, mas a significação do fato. Hoje, um aluno que pretendesse procurar um mestre, este lhe diria: ‘Vá ao piano e execute um estudo de Chopin!’. Para ele o que importa não é o criador, mas o repetidor, e repetir, repetir ritmos, repetir sempre é próprio do bárbaro, é a satisfação mais completa do bárbaro. Hoje não se desejam mais os criadores, mas os repetidores. Quereis ver elevado à sétima cólera a maioria dos mestres? Basta algum aluno tentar uma ideia própria. Mas, Senhor dos desgraçados, acaso um jovem não tem direito de também tentar acertar? Se erra, que importa, se o erro surgiu de um ímpeto de afirmação? O papel do mestre é corrigir, ensinar, apoiar, estimular a criar e não frustrar, criar obstáculos à criação, fomentar a desconfiança nas próprias forças, promover a incapacidade. Não é, sem dúvida, a sua verdadeira missão culta; mas a missão bárbara é impedir a criação.


Excerto da obra Invasão Vertical dos Bárbaros, de Mário Ferreira dos Santos.
Publicado em 16 de junho de 2023 no canal Resistência Cultural.



Experiências da alma e fenômenos celestes


Aristóteles costumava dizer que o conceito humano de Deus brotava de duas fontes — as experiências da alma e os fenômenos celestes. Das experiências da alma, por sua inspiração e poder profético nos sonhos. Pois, diz ele, quando a alma fica consigo mesma durante o sono, ela então assume sua natureza e prevê e prediz o futuro. A alma também se encontra em tal condição quando é separada do corpo, na morte. Em todo caso, ele aceita que até Homero tenha observado isso, uma vez que representou Pátroclo, no momento de sua morte, predizendo a morte de Heitor, e Heitor predizendo o fim de Aquiles. Foi a partir de eventos desse tipo, diz ele, que o homem veio a suspeitar da existência de algo divino, de algo em si mesmo aparentado à alma e conhecedor de todas as coisas. E a partir dos corpos celestes também: vendo, durante o dia, a revolução do Sol, e pela noite o bem ordenado movimento das estrelas, vieram a pensar que há um Deus que é a causa de tal movimento e ordem.


Excerto da obra Adversus mathematicos, de Sexto Empiricus.
Publicado no canal de Daniel Marcondes, em 26 de junho de 2023.
O autor também está no YouTube e no Pingback.



Dia (brasileiro) dos namorados


Em praticamente todo o mundo, o Dia dos Namorados é celebrado em 14 de fevereiro. O Brasil não era exceção até 1949, quando — vejam só! — o empresário João Doria (1919 — 2000), elaborou um programa comercial e transferiu a data para um dia antes da celebração de Santo Antônio, o “santo casamenteiro”. Motivo? Em fevereiro, o carnaval afetava significativamente as vendas, ao passo que em junho não havia nenhum feriado ou outra data comemorativa que fortalecesse o comércio.

Seja como for, desejamos aos “pombinhos” votos de felicidade ao som desta bem humorada versão de Chanson d’Amour:


Chanson d’Amour, por The Manhattan Transfer


Publicado em 12 de junho de 2023 no canal da Cultura de Fato.


Notas da editoria:

Imagem de capa: “Paper Plane”, por Ahed Izhiman.



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